Todos nós, como pessoas e profissionais [tanto quanto as empresas] estamos precisamos nos adaptar ao enorme volume de informações que nos bombardeia diariamente e principalmente à aceleração do ritmo de todas as mudanças que nossa sociedade está enfrentando. O crescimento exponencial das informações jurídicas no meio digital como decisões judiciais; peças processuais; contratos; jurisprudências e principalmente os e-mails, criam por si só uma dificuldade crescente na busca, identificação correta e análise das informações relevantes para as necessidades de um(a) advogado(a). Por outro lado, as funções principais do profissional ainda dependem do cérebro humano, com suas limitações. Diante deste paradoxo, o que fazer?
De acordo com o autor do livro “Governança Estratégica para escritórios de Advocacia”, José Paulo Graciotti, outros dois fatores importantes também pressionam cada vez mais a profissão da advocacia: “O primeiro é a eficácia (pressão exercida pelos clientes para que suas soluções sejam corretas e cada vez mais rápidas) e o segundo é a pressão exercida pela concorrência e pelos próprios, forçando os profissionais a gerirem melhor seus custos e oferecerem preços mais competitivos.”
Segundo ele, o grande diferenciador no passado era a qualidade. “Lembro que há duas décadas existiam poucos escritórios corporativos com qualidade internacional no Brasil e atualmente existem centenas de ótimos escritórios concorrendo num mercado que cresceu menos que o aumento expressivo da oferta de serviços jurídicos de qualidade.”.
Com a mudança no comportamento do mercado, se tornando mais maduro (se aproximando do comportamento dos outros mercados competitivos), a percepção da qualidade geral do serviço prestado se dá por um mescla de fatores onde a qualidade jurídica, apesar de ser o mais importante, não é mais o único fator de diferenciação. “Outros fatores como atendimento, responsividade, entendimento do negócio do cliente, capacidade gerencial, inovação, uso de tecnologia e finalmente imagem da marca também interferem diretamente na satisfação do cliente”, garante o especialista.
Diante desta realidade, o advogado mais completo, que será mais competitivo, deve estar preparado para os desafios de sua profissão e além do conhecimento jurídico também deve ter, na avaliação de Graciotti:
Conhecimentos Gerenciais: conhecer e saber utilizar as técnicas de gestão de uma empresa moderna inserida no mercado competitivo. Isso significa que os advogados devem ter: conhecimentos mais abrangentes em matérias associadas às relações humanas de modo a gerenciar melhor sua equipe e seus talentos pela adoção de desafios motivadores e utilização “KPI´s” específicos além de planos de carreira moderno e adaptado às novas gerações; melhores conhecimentos de Marketing institucional e pessoal de modo a incrementar sua participação no mercado por meio das modernas técnicas de participação e projeção na mídia digital; melhor formação em gestão empresarial para gerir econômica, financeira e estrategicamente sua empresa com auxílio de softwares de ERP, BI etc.
Atualização Tecnológica: conhecer e saber utilizar as novas tecnologias, sabendo extrair delas o máximo proveito para: encontrar agilmente as informações necessárias à produção de seu documento jurídico pela ajuda de robôs de busca e/ou softwares de inteligência cognitiva; organizar e utilizar corretamente seu conhecimento estratégico (explicito e tácito), com utilização de sistemas de Gestão do Conhecimento; usar intensivamente sistemas de predição, analisando estatisticamente dados internos e externos, jurisprudências e decisões anteriores de tribunais e magistrados; utilizar as tecnologias de geração de seus documentos por meio de softwares de “document automation” agilizando a produção e análise de documentos; utilizar modernas ferramentas de comunicação e de colaboração interna entre seus profissionais e externas com clientes e parceiros, visando sempre o aumento da eficiência e produtividade.
Por fim, ele salienta que, apesar da tecnologia ser apenas uma ferramenta, todas as atividades jurídicas ou gerenciais serão utilizadas e geridas por advogados com auxílio de softwares e sistemas inteligentes “o que exigirá dos mesmos uma formação muito mais eclética, muito além da formação puramente técnica a que tais profissionais estão sendo submetidos nas universidades atualmente, para não correr o risco de se tornar um profissional jurássico”.
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