De certa forma, o desvio de dinheiro para favorecimento pessoal tem se tornado uma prática corriqueira em nosso País. Talvez porque o problema seja crônico, e que, segundo historiadores teve início no período colonial, a corrupção está aí, dando muito, muito, muito trabalho. Basta abrir os jornais para se deparar com notícias de fraudes em licitação; obras superfaturadas; notas fiscais falsas; desvio de tributos e outros.
E existem ainda outros tipos de desvio de conduta, não tão danosos para o erário público, mas que têm prejudicado algumas pessoas, como: ”venda” do voto em função de algum benefício pessoal; estacionar veículos em local proibido, utilizar filas prioritárias e assentos destinados exclusivamente aos idosos, gestantes e deficientes; evitar uma multa oferecendo dinheiro ao policial; furar fila; fazer ligações ilegais de serviços como TV a cabo, energia elétrica, água e gás; falsificar carteirinha de estudante para obter descontos e benefícios; bater o ponto de trabalho para um amigo…E aí Contadores…?
Por que será que tanta gente age de má fé, no Brasil? Será que a impunidade é o fator que impulsiona alguns a buscar o ganho fácil? Então, como os Contadores podem interferir para mudar este cenário?
A única saída é a ética, a qual reúne verdade, integridade e honestidade. Aliás, este ramo da filosofia zela pela moralidade da classe e garante a transparência nos procedimentos para todos os profissionais.
Só que o “jeitinho brasileiro” está com os dias contados, afinal são várias as legislações que coíbem tal prática: como se não bastasse o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC, existem as leis de Acesso à Informação, de Anticorrupção e da Lavagem de Dinheiro, todas focadas em determinar práticas mercadológicas mais seguras e transparentes. Além disso, as informações entre pessoas físicas e jurídicas estão todas cruzadas, o que dificulta qualquer tipo de transações.
Assim, os Contadores exercem papel fundamental e de grande importância à sociedade, uma vez que são eles os responsáveis por manter e organizar a vida financeira das empresas. Por isso é importante que o profissional da Contabilidade estude as normas, entendam os trâmites das legislações e, caso tenham dúvidas, que busquem auxílio de profissionais gabaritados.
O importante é jamais compartilhar decisões para acobertar a ilicitude. Poder é ocupar espaços com competência, portanto todo profissional tem de aliar o conhecimento adquirido, técnico e teórico, com a prática e a ética. Isso sim é competência.
Antes de assinar qualquer contrato, estabeleça quesitos para atender à empresa, como o compliance, por exemplo, que é a demonstração que tal instituição se esforçou para evitar prática de ilegalidades. Como dizem os americanos, plan now or pay later, que, na tradução, significa: planeje agora ou pague depois. A ética não tem pátria. Os Contadores devem cumpri-la. E nada mais! Só assim conseguiremos nos ajudar a mudar esse nefasta cultura que está corroendo os alicerces morais de nossa sociedade.
CAPÍTULO II
DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES
Art. 3º.No desempenho de suas funções, é vedado ao Profissional da Contabilidade: (6)
IX – solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer
vantagem que saiba para aplicação ilícita
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