Celular da TIM ganhará sistema de gestão empresarial
Queiroz, da TIM: para entrar na nova fase de serviços, operadora contratou funcionários especializados
O temor embutido na previsão do mercado de que é decrescente a receita com serviços de voz na telefonia fixa e móvel desta vez provocou medidas concretas.
Preocupada com a tendência e determinada a sair do modelo de commodity, a TIM entra numa fase de transformação. Deixa de ser uma vendedora de serviços de voz para ser uma integradora de sistemas para o cliente.
O plano entrou em execução quando a operadora firmou contrato com a gigante de sistemas IBM para o desenvolvimento de aplicativos e lançou o primeiro produto, um gerenciador de e-mail. Agora negocia contratos com mais três grandes desenvolvedores, com previsão de fechar negócio dentro de dois meses.
Com essas iniciativas, a expectativa é lançar um sistema por mês e obter vantagem significativa sobre concorrentes.
Os pequenos desenvolvedores também estão na mira da operadora. A intenção não é eliminá-los. Ao contrário, o diretor de Top Client da TIM, Leonardo Queiroz, acredita que a operadora promoverá a massificação de alguns serviços, o que beneficiará toda a cadeia envolvida.
Na área de segurança, firmou parceria com a empresa de certificação digital Certisign, e em localização com a Prime Systems.
Serão escolhidas mais três ou quatro empresas de outras áreas. “Para ganhar escala precisamos de parceiros fortes e dispostos a fazer desenvolvimento conosco, porque o custo é caro”, disse o executivo, que quer ter no máximo dez aliados.
Teles precisam se reinventar
“Cada vez mais as operadoras precisam se reinventar, saindo de produtos e indo para outras coisas, com mobilidade”, disse Queiroz. Ele admite que as concorrentes ainda não entraram muito neste caminho: “Nós, que temos a telefonia fixa, podemos oferecer solução completa.”
Acontece que a Oi também tem telefonia fixa e móvel. Mas para o executivo o foco principal da rival é o mercado de massa, e não tanto os serviços corporativos via celular.
A TIM tem uma carteira de 3,5 mil clientes corporativos, alguns dos quais são usuários da Intelig – a empresa de telefonia fixa e longa distância adquirida há poucos meses. Aí tem uma oportunidade também para crescer, levando produtos Intelig para usuários da TIM.
A operadora firmou contrato para o 0800 do Banco do Brasil na América Latina, via Intelig. Outros clientes TIM que aderiram são o Pão de Açúcar e Embraer.
No carteira Top Client estão os mil maiores grupos empresariais do país, diz o executivo.
O corporativo no celular
Para se tornar uma integradora, a TIM está contratando funcionários especializados em aplicativos, software e telefonia fixa. A empresa aumentou o quadro de engenheiros de 30 para 50, que passam a atuar como consultores de soluções.
Eles devem entender o que o cliente precisa em mobilidade para avançar além do serviço de voz. Fixo e móvel entram no mesmo pacote, e o gerente de conta precisa estar informado sobre cada item, o que exigiu uma atualização do pessoal.
As mudanças chegam também ao call center, que deixa de ser terceirizado para ser totalmente próprio e dedicado ao segmento corporativo. O objetivo é que sejam sempre os mesmos atendentes para cada cliente, de modo a conhecer suas necessidades e rotina, para facilitar o trabalho. No grupo Top Client hoje a minoria é terceirizada, disse Queiroz.
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